avaliação do professor e economista Everton Rosa, a adaptação às novas tecnologias deve continuar sendo o principal desafio dos trabalhadores.
“A adaptação às novas tecnologias será cada vez mais necessária para a execução dos trabalhos habituais em qualquer setor, independentemente da formação prévia da pessoa. Acredito que teremos novas oportunidades de emprego no futuro, apesar da tecnologia, porém é crescente a situação de trabalhos precários, da baixa remuneração e dos regimes parciais e intermitentes de trabalho”, avalia.
Outro desafio, ao seu ver, é uma possível horizontalização do trabalho, com menos oportunidades de carreira ou senão restrita a poucos. “Acredito que teremos cada vez mais pessoas qualificadas, mas com restrição de boas oportunidades de emprego e sem remuneração adequada em meio a ótimas oportunidades de empregos e carreira para poucos”, avalia.
“Acredito que teremos cada vez mais pessoas qualificadas, mas com restrição de boas oportunidades de emprego”
O professor alerta também para os perigos da ‘pejotização’, avaliando que os trabalhadores prefeririam uma carreira e oportunidades de crescimento do que um ganho maior a curto prazo por meio de subcontratações, como já é comum, por exemplo, no meio de Tecnologia da Informação, e outros ramos em que é mais comum contratar prestadores de serviços do contratar internamente.
“Entendo que alguns ramos possam utilizar da prática, sobretudo os associados à prestação de serviços esporádicos, o problema, contudo é a brecha que se cria para avançar sobre a relação de trabalho tradicional. Entendo que um Estado preocupado com equilíbrio de contas públicas jamais poderia permitir essa forma de subcontratação”, avalia.
Ao seu ver, fragiliza-se os trabalhadores, pois prejudica o adequado financiamento dos trabalhadores nos episódios de afastamento do trabalho. “Empresas não ficam doentes, não se acidentam, não precisam descansar, não têm férias, pessoas sim”, completa.
Segundo o IBGE, a taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto era de 15,2% no primeiro trimestre. Para os que tinham superior incompleto, a taxa foi estimada em 9,2%, mais que o dobro da verificada para aqueles que completaram o nível superior (4,5%).