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por Equipe do Observatório

Centro-Oeste cresce mais que o dobro do Brasil segundo dados do Censo 2022

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados do Censo 2022 que reveleraram que enquanto a população brasileira cresceu 0,52% em 12 anos, no Centro-Oeste o crescimento foi de 1,23%. Ainda assim, a região continua sendo a menos populosa do Brasil, com 16,3 milhões de habitantes.

Segundo o economista Bruno Fleury, isso se deu porque a região e em particular Goiás se tornaram polos de desenvolvimento econômico. “Isso se deve exatamente à mudança da capital federal para o Centro-Oeste. Juscelino Kubitschek realmente foi um visionário. Ele percebeu com muita clareza que precisava interiorizar o desenvolvimento, precisava povoar a o centro do país e a mudança da capital foi o divisor de águas”, avalia.

Isso motiva a migração de pessoas de outras regiões para o Centro-Oeste. Além disso, embora a região seja forte pelo agronegócio, Fleury salienta que o aquecimento do agro puxa o aquecimento de outras áreas, principalmente o varejo e os serviços. “A agricultura cresceu e junto com ela vieram os demais segmentos e os prestadores de serviços começaram a povoar as cidades ao redor desses polos agrícolas, e no momento seguinte vieram as agroindústrias”, enumera.

“A agricultura cresceu e junto com ela vieram os demais segmentos e os prestadores de serviços”

De fato, segundo os dados mais recentes da PNAD Contínua, a taxa de desocupação na região é de 7%, abaixo da nacional de 8,3%, atrás apenas da Região Sul (5%). Segundo dados do Novo Caged, o saldo de empregos formais em Goiás no mês de maio foi de 6.297 novas vagas com carteira de trabalho assinada. O indicador é resultado de 78.198 admissões contra 71.901 demissões.

Goiás foi o Estado do Centro-Oeste que mais gerou vagas de trabalho em maio, segundo o levantamento. No ranking nacional, ocupa a oitava posição entre os estados que mais criaram empregos no mês. Já no acumulado do ano, entre janeiro e maio, Goiás chega a 53,8 mil postos formais de trabalho. O maior crescimento de emprego formal ocorreu no setor de serviços, que teve saldo de 3.431 postos formais de trabalho, com destaque para informação e comunicação.

Por sua vez, o crescimento econômico alavanca outros setores como a infraestrutura necessária para favorecer esse fluxo de pessoas e produtos. “Os investimentos em logística foram de fundamental importância pra que pudesse dar sustentação a isso: construção de grandes estradas, como a Belém-Brasília, duplicação de rodovias aqui dentro do Estado e no Mato Grosso. A hidrovia do Paranaíba com Tietê, e a construção da ferrovia Norte-Sul”, conta Fleury.

Para o economista, conforme o agro continue forte, a região deve se manter fortalecida na atração de pessoas e na geração de empregos: “O crescimento do agronegócio no primeiro trimestre evidencia a importância do setor no PIB nacional e vai continuar assim e Goiás e a região Centro-Oeste vão juntos, né?”.