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por Equipe do Observatório

Pobreza cai no Brasil, mas desigualdade permanece

O Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) divulgou o estudo da a Evolução dos Indicadores não Monetários de Pobreza e Qualidade de Vida no Brasil com Base na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF). A pesquisa revelou queda da pobreza considerando os biênios 2008-2009 e 2017-2018. Porém, a desigualdade se manteve, inclusive considerando os recortes étnicos e urbano/rural.

Em 2008-2009, 44,2% das pessoas que viviam no país tinham algum grau de pobreza, enquanto em 2017-2018, esse percentual era de 22,3%. Em 2017-2018, 17,3% pessoas que viviam nas cidades apresentavam algum grau de pobreza, sendo de 51,1% entre a população rural, resultado bastante inferior aos 37,3% na zona urbana em 2008-2009 e de 77,8% registrados na zona rural no mesmo período.

“Qualquer estratégia que vise combater a pobreza precisa tratar conjuntamente todas as dimensões”

“A POF investiga diferentes aspectos da vida das famílias: o aspecto monetário, a aquisição de bens e serviços e a qualidade de vida. A disponibilidade de dados da POF possibilita um olhar complementar aos indicadores tradicionais de pobreza baseados apenas na renda e no consumo. A riqueza de informação da POF viabiliza o acompanhamento de índices não monetários sobre a qualidade de vida e a pobreza que podem seguir trajetórias distintas dos indicadores tradicionais, pois consideram aspectos da saúde, educação, meio ambiente, etc”, explica Leonardo Oliveira, gerente da pesquisa. “A pobreza permaneceu maior na área rural, indicando que a desigualdade na qualidade de vida permanece entre estas duas áreas”, completa.

O estudo leva em consideração fatores como moradia, acesso aos serviços de utilidade pública, saúde e alimentação, educação; acesso aos serviços financeiros e padrão de vida, e transporte e lazer. A análise revelou, porém, que mesmo com a queda na pobreza, há “concentração da pobreza nas regiões Norte e Nordeste e algumas parcelas da população, nas famílias em que a pessoa de referências é preta ou parda e que tem pouca instrução ou pouco rendimento”, diz Leonardo Oliveira.

Segundo o gerente do IBGE, a única forma de combater a pobreza de forma efetiva é com uma abordagem multidimensional: “Dessa forma, qualquer estratégia que vise combater a pobreza precisa tratar conjuntamente todas as dimensões”.