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por Equipe do Observatório

Apenas 11% dos estudantes brasileiros cursam ensino técnico

Segundo dados do relatório Education at a Glance 2023, apena 11% dos estudantes brasileiros entre 15 e 24 anos cursam ensino técnico profissionalizante, cerca de um em cada 10 alunos, muito abaixo da média de 35% dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para alunos de 15 a 19 anos e chegando a 65% para alunos entre 20 e 24 anos. E isso porque os dados melhoraram: em 2019, essa média no Brasil era de 9% enquanto a média da OCDE chegava a 38%.

O relatório avalia que a educação profissionalizante é o mínimo necessário para uma participação bem-sucedida no mercado de trabalho. No Brasil, cursos técnicos podem ser feitos juntamente com outras modalidades, como o EJA ou o Ensino Médio. Ainda segundo o relatório, a educação profissionalizante, além de oferecer mais oportunidades aos alunos, permite uma transição mais fácil e rápida do ambiente escolar para o ambiente de trabalho.

“Nossa qualificação fica lá embaixo assim como o valor remunerado e isso é muito ruim para a economia inteira porque reflete em uma renda cada vez menor”

“O déficit no ensino técnico é muito preocupante por dois pontos de vista. Primeiro porque há um índice muito grande de jovens nem-nem, é um sinal que a produtividade e o valor remunerado do brasileiro tende a ser mais baixo, justamente pela baixa qualificação dele. Sem um nível profissionalizante básico, isso prejudica muito”, avalia o economista Diego Dias. “Além disso, há uma escassez de mão de obra no país, e sem uma política pública mais intensa e ampla na educação mais eficiente e de maior qualidade, nossa qualificação fica lá embaixo assim como o valor remunerado e isso é muito ruim para a economia inteira porque reflete em uma renda cada vez menor”, completa.

Em toda a OCDE, menos da metade do total de estudantes faz um curso profissional, totalizando cerca de 44%. O relatório também revelou que entre os países da OCDE, 14% dos jovens não concluíram o Ensino Médio.

No Brasil, os dados revelam que o número de jovens que não estudam e nem trabalham, os chamados nem-nem, continua alto, cerca de 24,4%, enquanto a média da OCDE é 14,7%. Por aqui, há também um recorte de gênero: o número de nem-nem é muito maior entre mulheres (30%), que muitas vezes precisam abrir mão dos estudos ou do trabalho para cuidar de crianças ou idosos da família.