O PIB de Goiás deve atingir o maior nível de atividade econômica em 2023 segundo Nota Executiva divulgada pelo Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB), com crescimento entre 3,7% e 5,5%.
Como esperado, o setor do agronegócio deve ser o responsável por maior parte desse crescimento, podendo atingir 12,7% até o final do ano. O setor de serviços deve ficar em segundo lugar, atingindo 3,6% e, por fim, a indústria, com um crescimento tímido de 0,3%.
“O PIB de Goiás deve seguramente crescer acima da média nacional esse ano”
Os serviços, porém, são os principais responsáveis pela ocupação no Estado: até julho deste ano, foram geradas 70 mil vagas de emprego formal em Goiás segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A renda média do trabalhador goiano cresceu 14,3% no segundo trimestre deste ano e a taxa de desocupação atingiu o menor patamar em nove anos, chegando a 6,1%.
“O PIB de Goiás deve seguramente crescer acima da média nacional esse ano. Isso se dá pela característica econômica do nosso Estado, mais voltado para o agronegócio, onde a produção desse setor está sendo beneficiada pelo fenômeno meteorológico conhecido por El Niño, que tem como principal característica, o aumento significativo das chuvas e consequente da umidade, o que, apesar da elevação das temperaturas, acaba favorecendo a produção e diminuindo os custos com irrigação para os produtores”, avalia o economista Felipe Cordeiro.
“O resultado disso, é safra recorde no mundo inteiro. O relatório recente da USDA, que faz esse monitoramento global, traz uma produção 8% maior que 2022”, completa. O economista, porém, salienta o crescimento significativamente menor dos demais setores, especialmente da indústria e destaca a necessidade de políticas públicas a longo prazo para estes anos.
“É importante fazer um planejamento econômico, pensar no longo prazo e refletir se esse modelo voltado a produtos primários é o suficiente para sustentar o crescimento no longo prazo sem a implementação de indústrias que agregam valor ao produto primário”, pontua.
O IMB utilizou cinco cenários hipotéticos para o exercício de projeção do PIB anual de 2023, considerando os valores observados entre janeiro e julho, visto que o crescimento no período pode gerar repercussões para o crescimento do restante do ano: cenário 1 – crescimento nulo no restante do ano; cenário 2 – crescimento médio de 1%; cenário 3 – crescimento médio de 2%; cenário 4 – crescimento médio de 3%; e cenário 5 – crescimento médio de 4%.