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por Equipe do Observatório

Setor de eventos ganha força em Goiás com demanda pós-pandemia

A pandemia de covid-19 impactou negativamente todos os setores da economia, mas sem dúvida pesou mais sobre o setor de eventos: não apenas shows e aglomerações foram proibidos por razões sanitárias, como o cinto mais apertado das famílias desencorajava gastos com lazer.

“Na pandemia a gente viu que foi talvez o setor que mais sofreu por conta das restrições sanitárias. Foi uma baixa muito grande, principalmente com grandes demissões, pessoal ficou sem faturar por muito tempo”, comenta Francisco Lima, gerente da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Goiás.

Felizmente, de lá pra cá, os dados apontam uma total retomada do setor, com recuperação e avanço das atividades. Lima atribui isso, em parte, a uma mudança de comportamento em relação a eventos, como por exemplo com os eventos híbridos ou virtuais: “as empresas foram forçadas não só a sobreviver durante o período pandêmico, mas também a se reinventar nessa retomada da economia. Isso permitiu a abertura de novos modelos de negócio, acelerou a inovação dentro do setor, criando algumas novas oportunidades para serviços e produtos diferenciados”.

“As empresas foram forçadas não só a sobreviver durante o período pandêmico, mas também a se reinventar nessa retomada da economia”

Segundo a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), a estimativa de consumo no setor de recreação no Brasil, que abrange as atividades de eventos de cultura e entretenimento, chegou a R$ 64 bilhões nos primeiros seis meses do ano, resultado 8,3% superior ao mesmo período de 2023 (R$ 59 bilhões). Em junho, o índice foi de R$ 10,74 bilhões, o melhor resultado para o período desde que a série histórica iniciada em 2019.

Esses dados também são reforçados na geração de emprego. Segundo a associação, entre janeiro e junho, 11.843 novos postos de trabalho formais foram criados no Brasil dentro do setor de eventos. Ao considerar todas as 52 atividades econômicas ligadas ao setor, como operadores turísticos, bares e restaurantes, serviços gerais, segurança privada e hospedagem, foram 99.235 novos postos de trabalho no país até junho de 2024.

Segundo dados do Sebrae Goiás, o número de empresas voltadas para o setor de eventos no Estado cresceu 55% entre 2021 e 2024. O maior aumento foi em atividades voltadas para artes cênicas, espetáculos e atividades complementares (71%), seguido pela atividade de organização de eventos não esportivos (51%), o que não surpreende, já que são atividades que estavam paralisadas ou limitadas pela pandemia.

Ainda segundo o Sebrae, o setor de eventos emprega 3.931 pessoas formalmente em Goiás, destes, 78,9% empregados pelas Micro e Pequenas Empresas (MPE). O saldo de novos empregos acumulados entre 2023 e 2024 é de 472 novos postos de trabalho formais. O acumulado entre janeiro e julho de 2024 é de 146 novos empregos formais no setor em Goiás. A média salarial do setor é de R$ 2.381,37, gerando uma massa salarial de R$. 8.237.164,94.

Quanto a eventos com aglomerações, Lima aponta que sem dúvida parte desse ‘bum’ posterior veio de um efeito gargalo gerado por uma demanda represada ao longo de anos. À medida que foi abrindo, as pessoas também voltaram a consumir. Não aconteceu na velocidade que todos gostariam, porque as empresas também ficaram combalidas e precisaram se fortalecer para poder aumentar a oferta de eventos”, aponta.

Segundo o Sebrae, a maioria das empresas do setor de eventos é de microempreendedores individuais (MEI): 8.237. Em segundo lugar, estão microempresas (2.655). “O setor de eventos é um setor muito grande. Quando a gente olha para as atividades principais, são mais de 11 mil empresas só em Goiás. Dessas, 95% são pequenas empresas. Quando a gente expande pra cadeia como um todo, esse número aumenta exponencialmente”, completa Lima.