Uma pesquisa realizada pela CDL Goiânia revela que 64% dos consumidores da capital planejam aproveitar a Black Friday em 2024, com um tíquete médio estimado em R$ 293,75 por item. Isso significa que, considerando a população economicamente ativa de Goiânia, excluindo a Região Metropolitana e o turismo de compras, aproximadamente 557 mil consumidores estão prontos para gastar, o que pode movimentar mais de R$ 250 milhões no comércio local. Ao analisar essa perspectiva de consumo, é essencial entender o que motiva esse comportamento dentro do recorte econômico de Goiânia.
“Em primeiro lugar, o aumento nas intenções de compra está diretamente ligado ao contexto econômico mais amplo que o estado de Goiás tem vivido. O comércio goiano registrou crescimento por dez meses consecutivos, com um aumento de 6% nas vendas em setembro em comparação ao mesmo período do ano passado, superando a média nacional de 2,1%. Esse crescimento reflete uma retomada da atividade econômica local, sustentada por políticas públicas que estão impactando diretamente o poder de compra dos consumidores”, avalia o economista Diego Dias.
“Muitos consumidores estão optando por compras à vista não apenas por uma questão de controle financeiro”, aponta Dias. Isso é evidente na preferência de 48% dos entrevistados por pagamentos via Pix ou débito, sugerindo uma necessidade de evitar o endividamento adicional em um contexto em que o acesso ao crédito ainda é restrito para uma parcela da população por causa de dívidas.
“Muitos consumidores estão optando por compras à vista não apenas por uma questão de controle financeiro”
Um fator impulsionador é a chegada do 13º salário, que injeta recursos adicionais no mercado justamente no período mais movimentado do ano. “Essa entrada de dinheiro extra permite que muitas famílias façam compras maiores, como eletrodomésticos e eletrônicos, itens que têm uma forte demanda durante a Black Friday”, diz o economista.
No entanto, mesmo com essa injeção de recursos, os dados da pesquisa mostram que 41% dos consumidores pretendem gastar menos do que no ano passado, o que reflete uma cautela persistente por parte do consumidor em relação aos custos de vida cotidianos.
Para o comércio goiano, essa dinâmica oferece tanto oportunidades quanto desafios. O fato de que 95% dos consumidores planejam pesquisar preços antes de realizar suas compras significa que os lojistas precisam ser estratégicos em suas ofertas para atrair clientes que estão mais conscientes e seletivos em suas escolhas. Além disso, a alta demanda por compras presenciais, especialmente em shoppings e lojas de rua, indica que, apesar do crescimento do e-commerce, o contato direto com o consumidor ainda é uma vantagem competitiva no mercado local.
O comércio local está otimista, impulsionado por um crescimento contínuo e pelo suporte de políticas governamentais, mas a necessidade de adaptar-se às realidades financeiras dos consumidores será crucial para o sucesso das vendas no fim de ano.