Goiás registrou a abertura de 96 mil empresas em 2024, um aumento de 24% em relação ao ano anterior, segundo dados do do Sebrae Goiás. Desse total, 75% correspondem a pequenos negócios. Essas empresas foram responsáveis pela criação de mais de 55 mil postos de trabalho formais de janeiro a setembro de 2024, representando 67% de todos os empregos gerados no Estado.
Foi um crescimento de 18% em relação ao mesmo período de 2023. O Sebrae destaca que Goiás possui atualmente 790 mil pequenos negócios ativos, equivalentes a 94% das empresas no Estado.
“Quando pensamos na geração de emprego, por meio da abertura de micro e pequenas empresas, podemos inferir dois tipos de benefícios: os de natureza mais ampla fruto da geração de emprego em si, bem como alguns benefícios mais específicos em decorrência das características de micro e pequenas empresas”, diz o economista Lucas Marin.
“Mais empregos significa mais pessoas com poder de compra que irão necessariamente consumir, o que é benéfico para a região”
“Em termos mais gerais, em termos de agregados, estão relacionados com um cenário de melhora da economia local, por meio da disponibilidade de bens e serviços que estas empresas proporcionam aos consumidores, bem como pelo consumo destes bens e serviços. Mais empregos significa mais pessoas com poder de compra que irão necessariamente consumir, o que é benéfico para a região: quanto maior for o consumo local destas pessoas, dado que parte do consumo é convertido em arrecadação”, explica.
Além disso, ainda que as informações apresentadas pelo Sebrae Goiás não discriminem informações acerca da natureza das vagas, é provável que o aumento de vagas possa refletir em uma diminuição da informalidade, avalia o economista. Isso gera benefícios em termos de informações aos entes públicos para a formulação de políticas públicas, bem como a melhoria das condições de trabalho, por meio de direitos adquiridos pelos trabalhadores que passam a trabalhar sob regime CLT.
Nesta mesma linha, outro benefício, em termos gerais, está na melhora do poder de barganha do trabalhador no mercado de trabalho, que se encontra aquecido neste momento, em relação a períodos anteriores. Devido a uma maior disponibilidade de vagas, os trabalhadores têm mais opções, o que tende a gerar uma maior competição entre as empresas pelos melhores e mais experientes funcionários. Este cenário tende a melhorar as condições das vagas ofertadas. Este efeito é mais relevante conforme mais especializado é o trabalho demandado pelas empresas. “O que leva ações de melhoria na progressão de carreira, remuneração e até de endomarketing”, completa.