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por Equipe do Observatório

Venda de veículos novos no Brasil é a maior em 10 anos e mostra força da renda

O Brasil emplacou 264,9 mil veículos em outubro de 2024, maior número desde 2014, e que supera até mercados automotivos mais aquecidos que o brasileiro, como o alemão, que vendeu 232 mil veículos no mesmo mês. Os dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e representam um aumento de 21,6% em relação a outubro do ano passado e de 12,1% em relação a setembro deste ano.

Para o economista Gustavo Tavares, o bom momento do consumo de veículos novos, que é a aquisição de um bem, passa por alguns fatores. O mais amplo, avalia ele, é o bom momento econômico envolvendo emprego e renda no País e em Goiás após instabilidades causadas por eventos em grande escala, como a pandemia. “Tudo isso interferiu na produção e aquisição de veículos. Eles ficaram muito caros, com os preços da tabela Fipe bem acima do comum. Enxergando de uma maneira mais ampla, eu diria que esse aumento de consumo de veículos é fruto da melhoria das condições gerais de consumo mesmo da população. Isso se manifesta na venda de mais veículos novos”, explica.

“As condições de produção dos veículos estão mais facilitadas. O acesso ao crédito melhorou bastante e permitiu uma condição de negociação por parte das concessionárias”

Outro fator mais recente foi que, apesar de aumentos recentes, a taxa de juros passou por quedas consecutivas por parte do Banco Central, o que sinaliza ao consumidor a confiança para fazer um investimento como esse, pois tem um efeito positivo no crédito. “Isso permitiu com que as montadoras e as concessionárias fornecessem excelentes opções de parcelamento. Hoje se você fizer uma pesquisa aí em todas as concessionárias elas estão vendendo a depender do número de parcelas com taxa zero de juros para uma linha de veículos que eles querem priorizar a venda. É uma condição muito interessante, mas só foi possível por conta desses fatores de política econômica”, explica.

“As condições de produção dos veículos estão mais facilitadas. O acesso ao crédito melhorou bastante e permitiu uma condição de negociação por parte das concessionárias. Isso justifica essa venda histórica em outubro, nos últimos 10 anos. A última fase mesmo patamar tinha acontecido em 2014, justamente quando teve início um período de instabilidade econômica”, finaliza.

Com os novos aumentos na Selic, o cenário para a virada do ano e início de 2025 fica mais nebuloso.