O Estado de Goiás alcançou um superávit de US$ 6,6 bilhões na balança comercial ao longo de 2024, com US$ 12,2 bilhões em exportações e US$ 5,6 bilhões em importações, segundo relatório da Superintendência de Comércio Exterior e Atração de Investimentos Internacionais, divulgado pela Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Serviços (SIC). Os dados seguem o bom resultado nacional, que atingiu superávit de US$ 74,55 bilhões em 2024, o segundo melhor resultado da série histórica, atrás apenas de 2023, que chegou a US$ 98,903 bilhões.
Em Goiás, o principal destino dos produtos é a China, que recebeu 50,19% de todas as exportações goianas em 2024. A maior parte das importações também vem de lá: cerca de 27,28%.
“Com a nossa moeda mais barata, nossos produtos também ficam mais baratos no mercado internacional, aumentando assim nossa competitividade em relação a produtos chineses”
“O cenário de 2024 foi bastante animador especialmente para indústria extrativa (ligados ao ferro e o petróleo) e de transformação (carne bovina e de aves, celulose e ‘aeronaves e outros equipamentos’), que alcançou aumento mesmo frente ao ano de maior registro da série histórica (2023). A agropecuária, contudo, sofreu diminuição em relação ao mês anterior e ao ano anterior, por causa reduções expressivas nas exportações de soja e milho do primeiro semestre de 2024, o que, no cenário agregado anual, acaba tendo maior impacto para as economias regionais mais dependentes do setor”, avalia o economista Lucas Marin.
“Com a nossa moeda mais barata, nossos produtos também ficam mais baratos no mercado internacional, aumentando assim nossa competitividade em relação a produtos chineses por exemplo o que aumenta nossas vendas para outros países”, acrescenta o economista Felipe Cordeiro. “Além disso, com o dólar custando mais caro pra gente, as importações também ficam mais caras, o que reduz o fluxo de mercadorias do estrangeiro, reduzindo assim a pressão cambial”, disse.
Como o principal produto brasileiro exportado são as comodities agrícolas, principalmente soja, que por sua vez é a principal atividade de exportação do Estado de Goiás, isso acaba por contribuir para esse resultado positivo da balança comercial nacional.
“O impacto exato sobre a economia goiana é mais complicado de se estimar, dado que a pesquisa não descrimina regionalmente, mas podemos esperar um 2025 interessante, por conta das importações de bens de capitais que foi o maior em dez anos, o que sinaliza aumento dos investimentos produtivos, que expandem a capacidade produtiva, e, portanto, são motores de geração de emprego e renda”, disse Marin.