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por Equipe do Observatório

Assistência social e educação são caminhos para reduzir diferença de renda entre pessoas brancas e negras no Brasil

Uma análise feita pelo Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que a renda de pessoas negras no Brasil ainda equivale a apenas 58,3% da renda das pessoas brancas. O estudo foi baseado em dados compilados entre 2012 e 2023.

A pesquisa aponta que, em média, a renda de uma pessoa negra em 2012 era de R$ 1.049,44 e a de uma pessoa branca era de R$ 1.816,28. Em 2023, a de uma pessoa negra era de R$ 2.199,04 e a média de uma pessoa branca era de R$ 3.729,69. A redução da desigualdade entre os grupos foi de apenas 1,2% no período analisado.

“Educação é o principal motor de alavancagem para você compor sua renda familiar, ter acesso a melhores empregos”

“A gente vê que é uma herança ainda muito presente na nossa sociedade, de que as pessoas negras ficaram durante muito tempo – e ainda estão – à margem da nossa sociedade com pouco acesso à saúde, à educação, etc”, pondera o economista Luiz Ongaratto. Ele avalia que questões elementares como o acesso à educação e ao saneamento básico possuem um grande impacto na qualidade de vida, na renda familiar e na possibilidade de mobilidade social. “A gente sabe que a educação é o principal motor de alavancagem para você compor sua renda familiar, ter acesso a melhores empregos, é algo diretamente atrelado”, pontua.

Ongoratto pondera que iniciativas sociais voltadas para a escolaridade são ferramenta fundamental para reduzir a desigualdade, mas não são suficientes, já que as famílias precisam ter condições estruturais básicas para que possam se dedicar aos estudos. “É preciso dar mais conforto para que se crie um ambiente em que a pessoa possa buscar a educação, não é somente ter vagas disponíveis. Tem toda uma questão de transporte, saneamento, saúde, moradia, enfim, outros direitos que nós temos, assim como a pessoa precisa ter condições de estar com as contas em dia e ter disponibilidade de tempo e de algum recurso”, explica.