O Anuário Estatístico da Agricultura Familiar mantem o Centro-Oeste brasileiro com a maior média salarial no campo em todo o Brasil, chegando a R$ 3.492, enquanto a média nacional ficou em R$ 2.133. O estudo é da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag).
Em relação às outras regiões, a média do Centro-Oeste é mais que o dobro do Nordeste (R$ 1.081) e supera de maneira significativa as demais regiões Norte (R$ 1.997); Sudeste e Sul (empatadas em R$ 3.147).
Ainda assim o rendimento médio mensal dos trabalhadores da agropecuária na região teve um recuo de 7,9% entre 2023 e 2024. O gerente técnico do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Leonardo Machado, avalia que problemas na produtividade de 2024 podem ter contribuído para o recuo no Centro-Oeste: “ainda sentimos muito as questões das oscilações climáticas e a queda de produtividade que tivemos em 2024 como o fenômeno do El Niño, que causou prejuízos, principalmente aos pequenos produtores”.
“Ainda sentimos muito as questões das oscilações climáticas”
Segundo o especialista, a própria pujança do setor foi o que permitiu manter os salários altos apesar desses impactos, já que o setor agro é principal atividade econômica da região. Ele destaca como fator a informalidade, um ponto ainda problemático, mas que ele avalia estar diminuindo. “Os trabalhadores informais são os que são mais afetados quando a gente tem uma queda de renda. Nesse ano, a gente deve registrar um aumento na formalidade, porque tem aumentado o número de empregos formais no setor agropecuário, o que deve favorecer uma mudança nesse cenário do Centro-Oeste”, pontua.
Dentro dessa expansão também estão empregos formais mais especializados e tecnológicos, como operadores de drone e maquinários, o que também contribui para manter a média salarial elevada.