A taxa de desemprego no trimestre encerrado em setembro de 2025 caiu para 5,6%, queda de 0,2 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior e 0,8 ponto em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número repetiu a mínima histórica, sendo que a série foi iniciada em 2012. A população desocupada no Brasil agora é de 6 milhões de pessoas e o número de trabalhadores ocupados é de 102,4 milhões, sendo que quase 40 milhões têm carteira assinada. A massa de rendimento real dos trabalhadores alcançou R$ 354,6 bilhões, mantendo-se estável no trimestre e com alta de 5,5% no ano. O rendimento médio anual também subiu 4%.
Segundo o economista André Braga, entre os fatores que colaboraram bem para o resultado, “a gente pode levar em consideração o crescimento do setor privado, que atingiu 39 milhões [de trabalhadores]. É o maior número já registrado, sendo que dentro dessas atividades do setor privado a que mais contribuiu foi o setor de serviço com 773 mil vagas formais nos oito primeiros meses desse ano. Então o setor privado está muito pujante esse ano”.
“Pelo menos o próximo trimestre, a gente deve ter mais uma ligeira queda na taxa de desemprego”
A construção civil e o agro também estão aquecidos, tendo somado mais de 500 mil trabalhadores, um aumento de 3,4%. A informalidade ficou em 37,8%. Entre eles, o aumento de renda foi de 6,8%. Braga salienta que entre os trabalhadores sem carteira assinada, houve “uma forte expansão da renda dos trabalhos autônomos no segundo trimestre de 2025, de acordo com algumas pesquisas do IPEA. Nos próximos trimestres, pelo menos o próximo trimestre, a gente deve termais uma ligeira queda na taxa de desemprego, levando-se em consideração que é um período que as empresas, principalmente o comércio, consegue uma contratação maior por conta das festividades de final de ano”, pontua.
O ritmo de criação de novos empregos pode ser afetado, porém, pela taxa de juros, que continua em 15%, e pela inflação que, apesar de ter registrado a menor alta em 27 anos, permanece elevada. “Menos da metade da população é economicamente ativa. Isso pode trazer algumas outras mudanças no consumo e pode impactar a criação de novos empregos”, alerta.
