Um levantamento feito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) revelou que 50% das demissões em 2024 foram causadas por questões comportamentais. Em seguida aparecem a automação das atividades (25%), a redução de custos e os cortes de despesas (25%).
Da mesma forma, o estudo mostrou que as habilidades mais valorizadas pelas empresas foram comunicação oral (11,46%), planejamento (10,73%), solução de problemas (10,18%), gestão de conflitos (7,51%) e a comunicação escrita (7,42%). A pesquisa também apontou que 76% dos respondentes afirmaram estar investindo em novos conhecimentos com o objetivo de aumentar as chances de empregabilidade.
“Existe uma iniciativa individual no trabalho, obviamente, mas existe também uma manifestação de inteligência prática em situações reais que é comunitária com a capacidade de mobilizar uma rede de interlocutores que compartilham dessa cultura, dessa língua e que possam criar uma boa rede de ajuda”, avalia a psicóloga Lara Lima. Ao seu ver, a comunicação se revela um fator determinante de equilíbrio entre as demandas da empresa com as habilidades e talentos dos trabalhadores e argumenta que em caso de demissão, problemas não devem ser individualizados: “Desenvolver boas competências e habilidades não é uma tarefa individual”.
“Desenvolver boas competências e habilidades não é uma tarefa individual”
Mesmo assim, ela considera que é “importante que o trabalhador procure conhecimentos não apenas para um trabalho ou uma função, ao mesmo tempo em que é importante a empresa reconhecer seu esforço nessa busca”. Ela lembra que também não é possível descolar o trabalho da vida de cada pessoa, algo que empresa e funcionário não podem perder de vista: “o trabalho também é um ambiente social e pode faltar inteligência emocional para lidar com adversidades, obstáculos e críticas”.