O agro goiano bateu o próprio recorde de emprego formal esse ano, empregando mais de 1 milhão de pessoas na altura do final do segundo trimestre. Houve uma inserção de 66.835 pessoas na força de trabalho do agronegócio goiano no segundo trimestre de 2024. Quando comparado ao mesmo período do ano anterior, o valor corresponde ao crescimento de 6,9%. Este é o maior patamar de toda a série histórica, iniciada em 2012. Ao todo, 1.039.452 pessoas estiveram empregadas no setor, valor que representa 26,8% de toda a população ocupada no Estado, em 2024.
Foi o setor de serviços o principal responsável por essas contratações no agronegócio: 40,5% dos empregos abarcam estes prestadores diversos, principalmente em áreas tecnológicas. Em segundo lugar, está o setor primário, principalmente com trabalhadores atuando no cultivo da soja: 25,5%. A agroindústria aparece em terceiro lugar, representando 18,5% dos empregos gerados.
O economista Felipe Cordeiro aponta que os bons resultados reverteram perspectivas mais neutras e menos otimistas do início do ano, provavelmente devido aos bons resultados da safra, que por sua vez aumentaram a demanda por trabalhadores. “As projeções para o agro no início do ano eram de praticamente nenhum crescimento por questões climáticas e internacionais. A atual estimativa é de um crescimento de pelo menos 8% na produção de soja. Isso pode explicar o aumento na geração de emprego no setor, principalmente na área de serviços, o que indica que o produtor rural está se profissionalizando cada vez mais em serviços de alta tecnologia”, pontua.
Este investimento em áreas tecnológicas é interessante por sofisticar o mercado de trabalho: se faz necessária uma mão de obra mais especializada, o que por sua vez reflete em um aumento da produtividade. Para Cordeiro, este tipo de investimento é uma forma de combater a imprevisibilidade da safra.
De fato, a atividade econômica está aquecida em Goiás e cresceu 3,8% na variação acumulada entre setembro de 2023 e agosto de 2024, superando a média nacional., que foi de 2,5%. Segundo o Instituto Mauro Borges, a economia goiana cresceu 1,9% em 2024 entre janeiro e agosto.