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por Equipe do Observatório

Aquecimento da indústria em Goiás resulta em alta de 130% nos empregos em relação a 2023

A indústria goiana registrou o maior aumento entre todos os estados do país em setembro de 2024, com o crescimento de 2,4% na comparação contra agosto do mesmo ano, na variação com ajuste sazonal. No mesmo indicador, o crescimento nacional foi de 1,1%. As informações são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na variação acumulada em 12 meses, o estado obteve o 3° maior crescimento (6,8%) do país. A alta foi puxada pela fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (57,7%), seguido pela confecção de artigos do vestuário e acessórios (32,2%). O crescimento nacional nesse indicador foi de 2,6%. No acumulado no ano, o aumento foi de 3,9% enquanto a média brasileira foi de 3,1%. A atividade destaque do ano é fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, com crescimento de 68,7% em 2024.

Além disso, oito das 13 atividades industriais goianas apresentaram alta, incluindo fabricação de produtos alimentícios (2,1%), fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (4,5%) e fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (46,9%).

Este aquecimento da produção tem se refletido em contratações. Em 2024, Goiás gerou 16.969 empregos na indústria até setembro, um aumento de 130% em relação a todo o ano de 2023, quando foram criados 7.376 empregos na área.

“O terceiro trimestre do ano veio com resultados muito bons do PIB, com destaque na indústria que teve em Goiás o maior crescimento do país no mês de setembro”, diz o economista Felipe Cordeiro. “Ao analisar mais profundamente os resultados da indústria, observa-se um crescimento expressivo em bens de capital, como máquinas e equipamentos, o que indica que os empresários estão otimistas com a demanda no futuro e estão ampliando sua produção, além de um alto crescimento nos bens de consumo, o que indica uma economia aquecida também no momento presente”, completa.

“O terceiro trimestre do ano veio com resultados muito bons do PIB, com destaque na indústria que teve em Goiás o maior crescimento do país no mês de setembro”

Ao seu ver, o aumento da produção aumenta a demanda, se fazendo necessário ampliar os quadros de trabalhadores para acompanhar. “A indústria é um importante agregador de massa de rendimento nacional (renda média), pois ela emprega uma alta quantidade de pessoas na linha de produção e gera empregos de remuneração mais alta (acima de dois salários) na administração, por isso é um setor fundamental para a economia”, resume.

Além disso, o IBGE registrou que as contratações de jovens avançaram 75% no Brasil entre janeiro e setembro na indústria. Cordeiro avalia que este crescimento é uma consequência natural do avanço do setor: “para dar conta dessa demanda, as empresas precisam reforçar suas contratações e os jovens acabam tendo preferência, principalmente para vagas de salários mais baixos, que são criadas em maior quantidade, por estarem no inicio da carreira, muitos em seu primeiro emprego”.