O segmento de informação e comunicação perdeu participação no setor de serviços do país em dez anos. Em 2013, esse segmento era predominante na receita bruta de serviços de 14 unidades da federação e, em 2022, não prevalecia em nenhuma delas. Os dados são da Pesquisa Anual de Serviços (PAS). Em Goiás, o segmento perdeu espaço para o transporte rodoviário e para serviços profissionais, administrativos e complementares.
“O setor de informação e comunicação teve uma tendência muito forte e também muito acelerada, principalmente nos anos que sucederam a 2010, até 2018. A partir dessa lógica, as empresas de comunicação, que em economia nós chamamos de oligopólio, ao qual você tem poucas empresas operando nesse mercado, tiveram receitas operacionais líquidas bastante interessantes liderando esse segmento”, lembra o economista Renato Ribeiro.
Ao seu ver, a diminuição desse segmento nos anos seguintes ocorre em parte por uma mudança cultural, assim como por uma propagação das outras áreas dos serviços que inclusive se muniram da tecnologia da informação para promover seus produtos. Com a queda no desemprego, que atingiu 5,2% no primeiro trimestre de 2024, avanço do PIB goiano acima do nacional, chegando a 4,8% em junho deste ano, influenciam ao gerar demandas maiores em segmentos mais diversificados da prestação de serviços.
“Nós temos, além da mão de obra, a capacidade de geração e de fabricação de insumos, com maior facilidade de escoamento”
“O Estado apresenta investimentos massivos principalmente no setor industrial que consequentemente puxa o setor de serviços. São empresas prestadoras de serviço que oferecem mão de obra, entrando então nessa estatística de pessoas ocupadas e dentro de um segmento que nós chamamos de não financeiros”, aponta o economista.
Ribeiro salienta a aceleração e diversificação do setor de serviços em Goiás no período pós-pandemia, que segue sendo o que mais contrata, além de outros fatores agregadores, como o aumento da renda média e o avanço do PIB.
Quanto ao setor de comunicações, o estado Goiás acompanhou essa tendência, mas se por um lado houve uma queda no segmento de comunicações, houve um aumento de participação entre os anos de 2013 a 2022, subindo praticamente 50% dentro de uma lógica de receita operacional bruta na tecnologia da informação.
“Se compararmos o valor do serviço de telecomunicações há 10 anos, mais especificamente no ano de 2014, com os valores de serviços de telecomunicações hoje, nós vamos perceber uma deflação, ou seja, queda do preço desses serviços em função da quantidade de operadores”, aponta.
Isso significa que mais pessoas optam por esses contratos e por consumir esse serviço, mas com uma mudança cultural de aumento da aquisição de produtos na tecnologia da informação. “Isso gera também um aumento na produtividade dentro das empresas e maior eficiência na linha de produção”, avalia Ribeiro.
No que tange a empregabilidade, o índice de desemprego no Estado de Goiás vem caindo gradativamente, o que Ribeiro avalia como um excelente sinal para o setor de serviços: “demonstrando a nossa força mão de obra e também a nossa qualificação nesse mercado, fazendo com que haja interesse de outras empresas de outros estados que se instalem aqui no nosso estado. Nós temos, além da mão de obra, a capacidade de geração e de fabricação de insumos, com maior facilidade de escoamento”, finaliza.