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por Equipe do Observatório

Cerca de 320 mil jovens não estudam nem trabalham no Brasil

Cerca de 18,3% dos jovens entre 15 e 29 anos não estudavam nem trabalhavam em Goiás em 2022, um contingente de 320 mil pessoas. O levantamento foi feito pelo Instituto Mauro Borges (IMB) em maio deste ano e revelou que este número é menor já registrado desde o início da série histórica em 2012 e oitavo no ranking nacional.

Os dados foram confirmados em dezembro deste ano por um levantamento nacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi comprovado que, no Brasil, 10,9 milhões de jovens nesta faixa etária não trabalham nem estudam, o que também é a menor taxa desde 2012.

“O fenômeno dos jovens que não estudam e não trabalham gera custos econômicos não negligenciáveis”

Antes, o menor número registrado foi em 2014 (11,2 milhões). Os dados nacionais também revelaram que 4,7 milhões “nem-nem” estavam desalentados, ou seja, haviam desistido de estudar e de procurar trabalho. Dentro desse grupo, cerca de 2 milhões são mulheres que abandonaram trabalho e estudo para cuidar de parentes ou desempenhar serviços domésticos em casa.

“Esses resultados indicam que a pandemia de covid-19 prejudicou a garantia de acesso à escola. Esse prejuízo ainda não foi revertido em 2022, mais de dois anos depois dos primeiros casos de Covid no Brasil”, avalia Betina Fresneda, analista da pesquisa do IBGE.

“Esse é um indicador muito sensível às relações do mercado de trabalho: os jovens são os primeiros a serem dispensados em momentos de crise econômica”, destaca Denise Freire, analista da pesquisa, salientando que estes jovens ainda estão sendo afetados pela pandemia, mas que as contratações estão sendo retomadas.

“Muito provavelmente, para 2023, quando houver o encerramento de uma nova pesquisa, a gente vai encontrar um aumento dos empregos para os jovens. Mas, no geral, esse nem-nem vai acontecer quando não há uma perspectiva de melhores empregos, uma perspectiva de você investir na educação e ter esse retorno aí da educação no emprego de maior renda”, comenta o economista Luiz Ongaratto.

Além disso, é importante lembrar que estes dados casam com outro marco: o de maior taxa de ocupação em Goiás desde 2014, com 3,8 milhões de pessoas ocupadas, cerca de 63% da população economicamente ativa no Estado.