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por Equipe do Observatório

Consumo das famílias brasileiras se mantém aquecido mesmo com juros altos

O crescimento de 0,4% da economia brasileira no segundo trimestre de 2025, ante o primeiro trimestre, foi puxado principalmente pelo consumo das famílias, que mostrou expansão de 0,5% no período, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado de 12 meses, a alta é de 3,2%.

O avanço do consumo das famílias é o principal fator para a expansão da economia, já que a demanda representa 63,8% do PIB. O outro componente com expansão, a exportação, responde por 18% do PIB. Outro fator interessante é que a taxa Selic está em 15%, a mais alta desde 2006, mas o consumo apresentou uma desaceleração baixa mesmo assim.

“Para ter aumento real da demanda de forma a atrair investimento, o salário mínimo precisa subir além da inflação, pois a demanda vem do aumento efetivo do poder de compra”

A empregabilidade pode ter a ver com isso: o Brasil atingiu em julho a taxa de desocupação de 5,8%, a menor já registrada na série histórica iniciada em 2012. Além disso, a média salarial também atingiu seu patamar mais alto da série histórica, chegando a R$ 3.477.

E se o mercado de trabalho continua aquecido, a renda tende a seguir, mesmo com a inflação alta: “o fator gerador de emprego é o investimento, que por sua vez, precisa de um sinal positivo da demanda. Para ter aumento real da demanda de forma a atrair investimento, o salário mínimo precisa subir além da inflação, pois a demanda vem do aumento efetivo do poder de compra”, explica o economista Felipe Cordeiro. “Medidas do governo de valorização do salário mínimo e aumento de salário de professores, policiais e funcionários públicos na ponta do atendimento ao cidadão, tendem a criar um movimento de aumento de demanda que aumenta os investimentos e emprego num ciclo virtuoso que gera o crescimento econômico”, conclui.