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por Equipe do Observatório

Consumo de carne volta a crescer e pode atingir nível pré-pandemia

A carne bovina pode voltar a ser a mais consumida pelos brasileiros após acumular sua maior queda de preço desde 2018, segundo projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A disponibilidade per capita de proteína deve chegar a 30,4 quilos por habitante em 2023, alta de 8,1% em relação a 2022.

No acumulado de 12 meses, o preço da carne caiu 8,54% e 7,90% em 2023, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho. Entre os cortes que tiveram maior redução de preço está a picanha, em quinto lugar, com redução de 7,88% nos seis primeiros meses de 2023.

“A renda ainda não recuperou definitivamente e por isso não dá para cravar que o consumidor voltará a consumir em patamares elevados”

Segundo explica o economista Cleyzer Adrian da Cunha, os dados da Conab são uma projeção baseada na quantidade de carne disponível para o consumidor no mercado. “Isto é corroborado pela queda nos preços da carne bovina no mercado, agora a renda ainda não recuperou definitivamente e por isso não dá para cravar que o consumidor voltará a consumir em patamares elevados de antes da pandemia”, esclarece.

“Não obstante, a oferta maior no mercado tende a reduzir os preços, que por sua vez, tende a aumenta a demanda pela proteína animal. Ademais, maior oferta de grãos usados na alimentação animal, a queda nas exportações e o ciclo pecuário favorece este ano de 2023 com maior abate de fêmeas também pode contribuir com o aumento no indicador de disponibilidade”, completa.

De fato, o cenário registrado no meio do ano ainda não mostravam a recuperação: a carne bovina integrava a alimentação de apenas 39% dos 3800 entrevistados de uma pesquisa realizada pela plataforma Kentar, com o consumo caindo 9% no período. Segundo o economista André Braga, os dados refletiam a diminuição da renda e perda do poder de compra da população: “Quanto mais a gente tem pressão inflacionária, principalmente dentro de cada item de alimentação, se ele continua elevado, ele continua deixando o poder de compra do brasileiro cada vez menor”, disse, na época.