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por Equipe do Observatório

Cresce número de jovens empregados no Brasil

Um estudo divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontou um crescimento expressivo no número de jovens de 14 a 24 anos ocupados no Brasil no último trimestre de 2024, o que contribuiu para a redução das taxas de desemprego e informalidade nessa faixa etária. O levantamento também revelou que o número de jovens que não estudam nem trabalham — os chamados “nem-nem” — caiu para o menor nível dos últimos 12 anos no segundo semestre de 2024.

“Os jovens têm hoje uma melhor preocupação com a qualidade de vida e uma maior preocupação com o índice de empregabilidade. Então eles estão sendo inseridos no mercado de uma maneira muito precoce”, avalia o economista Renato Ribeiro. “Entretanto, esse índice de desemprego que caiu impacta diretamente também no índice de escolaridade, no índice de alfabetismo e também no índice que nós chamamos de desenvolvimento econômico e social. Ou seja, esses jovens estão trabalhando de maneira precoce e não estão se especializando”, ressalta.

Ao seu ver, é importante que estes jovens, para além da inserção, tenham no horizonte essa capacitação, para gerar mão de obra especializada. Outro porém, e que também serve de motivação para uma maior capacitação, é que estes empregos iniciais possuem salários baixos. “Esses salários baixos desmotivam esses jovens, que acabam passando de cargo em cargo à procura de empresas em que possam ter uma melhor colocação”, pontua.

“Os jovens têm hoje uma melhor preocupação com a qualidade de vida e uma maior preocupação com o índice de empregabilidade”

Segundo o levantamento, no último trimestre de 2024, o Brasil registrou 14,5 milhões de jovens ocupados, superando os 14,2 milhões observados no mesmo período de 2019, antes da pandemia. A taxa de desemprego entre os jovens caiu de 25,2% para 14,3%, enquanto a informalidade passou de 48% para 44%. Entre os jovens ocupados no final de 2024, 53% possuíam vínculo formal de trabalho, com carteira assinada. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).

Os dados revelaram que, por terem uma grande preocupação com a empregabilidade, muitos jovens estão deixando a escolaridade de lado. Outros até têm interesse em finalizar os estudos, mas estão ocupados trabalhando. “Então existe uma paridade nesse mercado para que esses jovens possam ter uma empregabilidade que seja adequada também a um índice de escolaridade mediante também a carga horária de trabalho cumprida que teria que ser suficiente para que esse jovem possa estar trabalhando e na escola também”, completa.

O número de jovens inseridos em estágios e programas de aprendizagem também apresentou crescimento significativo. Em 2023, foram registrados 624 mil estagiários, número que saltou para 990 mil apenas no primeiro bimestre de 2025. No caso da aprendizagem, novembro de 2024 marcou o maior patamar já registrado, com 637.509 jovens contratados.