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por Equipe do Observatório

Diferenças regionais e movimentos do mercado influenciam na taxa de ocupação

A taxa de desocupação, ou seja, o percentual de pessoas desempregadas em uma determinada região, é influenciada por diversos fatores econômicos, sociais e estruturais. No caso do Brasil, existem algumas diferenças entre as regiões que impactam na taxa de desocupação. Algumas das principais diferenças incluem: diversificação econômica, concentração de atividades, infraestrutura e grau de qualificação profissional.

Entre as regiões do país, historicamente a menor taxa de desocupação ocorre na região Sul e a maior na região Nordeste. Na última divulgação do IBGE, a desocupação média do Brasil ficou em 8,3%. Nas regiões tivemos: 12,2% no Nordeste; 9,1% no Norte; 8,6% no Sudeste; 7% no Centro-Oeste e 5% no Sul.

Regiões que possuem uma economia mais diversificada, com presença de diferentes setores, como indústria, serviços, agricultura e turismo, tendem a ter uma taxa de desocupação mais baixa. Isso ocorre porque a diversificação econômica proporciona mais oportunidades de emprego em diferentes áreas.

“Quanto maior a população, maior o mercado consumidor, maior o potencial de renda do mercado. Costumamos ter maiores oportunidades de emprego e de empreendimento”

É importante ressaltar que esses fatores podem interagir entre si, e a taxa de desocupação pode variar ao longo do tempo devido a mudanças nas condições econômicas, políticas e sociais. Além disso, outros fatores específicos de cada região também podem desempenhar um papel na taxa de desemprego, como políticas de incentivo ao desenvolvimento econômico, níveis de segurança pública e acesso a crédito e financiamento.

As regiões brasileiras apresentam diferenças significativas na macroeconomia, ou seja, nas características e desempenho da economia como um todo. É importante olhar os movimentos da taxa, que se rearranja segundo as mudanças de mercado, do que analisar os dados friamente. “A taxa de desocupação vem relativamente caindo em todas as regiões do Brasil quando se compara com o mesmo período do ano passado. É importante fazer essa análise ano a ano por causa da sazonalidade do mercado. O mercado de trabalho vai ser composto por muitas variáveis”, resume o economista Luiz Ongaratto.

Desemprego por Região Ano a Ano (Fonte: IBGE)
Desemprego por Região Ano a Ano (Fonte: IBGE)

É importante destacar que essas diferenças são uma simplificação da complexa realidade econômica do Brasil. Os fatores mencionados podem interagir de maneiras variadas e estão sujeitos a mudanças ao longo do tempo. Além disso, políticas governamentais e eventos econômicos também podem influenciar a dinâmica regional e a performance macroeconômica das regiões brasileiras.

“São muitos fatores que explicam as diferenças na taxa de ocupação e na subutilização, como o tamanho da população, perfil etário, perfil de renda, grau de escolaridade, percentual de crianças (0 e 14) e idosos (acima de 64) na população, bem como da população entre 14 e 64 anos, o que nos dá a razão de dependência (observamos as maiores razões no Norte e Nordeste), taxa de urbanização, mas também o perfil e a concentração da atividade econômica das regiões”, explica o professor e economista Everton Rosa.

“Além disso, temos fatores históricos de ocupação do território, especialização de atividades econômicas (extrativismo, agricultura, pecuária, transformação, turismo), urbanização e desenvolvimento da infraestrutura. Temos que a região Centro-Oeste é a de menor população regional (mas a que mais cresceu no último Censo), seguida pela região Sul, enquanto as maiores populações são verificadas no Sudeste e Nordeste, respectivamente”, continua Rosa. “O tamanho da população regional é relevante, pois vem acompanhado com a urbanização e com o desenvolvimento de infraestrutura, adensando a cadeia produtiva e permitindo um amplo setor de serviços. Quanto maior a população, maior o mercado consumidor, maior o potencial de renda do mercado. Costumamos ter maiores oportunidades de emprego e de empreendimento”, completa.