O Governo de Goiás iniciou um mapeamento do mercado de trabalho para população negra e povos tradicionais com o objetivo de propor iniciativas para promover empregabilidade e empreendedorismo no âmbito dessa população. Feito de forma on-line, o projeto quer identificar onde estão estes trabalhadores e quem são os profissionais e os microempreendedores destas comunidades.
A ação também busca entender quais são as tendências do mercado de trabalho e proporcionar um diálogo com o setor produtivo e empreendedor para desenvolver políticas de apoio à empregabilidade e à geração de renda da população negra goiana.
O gerente de Ações Afirmativas e Promoção da Igualdade Racial da Secretaria de Desenvolvimento Social de Goiás (Seds), Lehi Souto, explica que esse mapeamento foi motivado “pela necessidade de desenvolvimento profissional e pessoal de nosso povo. Levantando esse debate, começamos a discutir pautas e ações afirmativas voltadas para as boas práticas de governança nas empresas e no setor privado, levando em conta também o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 18, da ONU, que trata do combate às desigualdades pela geração de renda e dignidade humana que é proporcionada pela autossuficiência profissional”.
“A nossa intenção é que possamos desdobrar com esses números ações junto a entidades representativas do setor privado para evoluirmos nas propostas”
Souto afirma que não houve nenhuma iniciativa similar por parte do governo estadual, mas destaca que existem outras medidas de geração de emprego promovidas pelo Estado interseccionam com as pautas de desenvolvimento social, em particular os Colégios Tecnológicos de Goiás (Cotecs) e o Crédito Social, que financia microempreendedores ex-alunos dos Cotecs: “hoje há programas que são importantíssimos de qualificação profissional e de incentivos para o desenvolvimento do empreendedorismo e geração de renda com os arranjos produtivos das comunidades tradicionais do Estado”.
A partir dos dados do mapeamento, Souto afirma que será possível “promover qualificações profissionais e universitárias específicas para o desenvolvimento social e profissional da população negra e criar espaços estratégicos para negros em cargos de confiança, desenvolvimento e investimento para essa população”, fomentando, por exemplo, o desenvolvimento de microempreendedores com medidas direcionadas.
O mapeamento irá até o mês de novembro quando será feito um balanço e a apresentação das primeiras impressões e resultados. “A nossa intenção é que possamos desdobrar com esses números ações junto a entidades representativas do setor privado para evoluirmos nas propostas que envolvem as políticas de governança e o Selo Goiás Sem Racismo”, finaliza.
Você pode participar do mapeamento clicando aqui.