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por Equipe do Observatório

Goiás registra maior número de empresas ativas do setor de serviços e aumento do setor acima da média nacional

Goiás registrou o maior número de empresas ativas do setor de serviços na série histórica, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A atividade de prestação de serviços não financeiros chegou ao número de 52.986 estabelecimentos em funcionamento em 2021, maior número registrado desde 2007.

O crescimento foi de 19,2% comparado a 2022. A variação do crescimento acumulado em 12 meses foi de 8,3%, acima da média nacional de 6,2%. O Estado ocupa a 11ª posição no ranking nacional. Quando são comparados 2021 a 2011, o salto foi de 91,2%. Os serviços profissionais, administrativos e complementares tiveram aumento de 21% e os de transporte, auxiliares e de correio subiram 46,8%.

“O setor de serviços se comporta como um termômetro da atividade econômica. Assim, ele responde muito rápido às variações de renda”

O aquecimento do setor, para o economista Felipe Cordeiro, é fruto de maior renda e da taxa de ocupação, que cresceram no Estado. “O setor de serviços se comporta como um termômetro da atividade econômica. Assim, ele responde muito rápido às variações de renda. São atividades que estão no limite do que é supérfluo ou necessário, como serviços básicos de beleza, turismo ou prestadores especializados de educação física ou nutrição”, explica.

As famílias, ao perceberem a possibilidade de melhora da renda no horizonte, tendem a gastar mais com seu bem-estar, para além do essencial cotidiano. “Uma atenção especial pro dado que mais cresceu que foi o de transportes e correio, o que pode indicar uma atividade intensa no comércio varejista, que também se explica por esse maior otimismo e confiança do consumidor”, completa Cordeiro.

Esse aquecimento também impactou na geração de empregos. Em 2021, 386.039 pessoas estavam trabalhando no setor com uma remuneração média de 1,72 salários-mínimos. No ano anterior, esses números eram de 341.909 e de 1,71 salários-mínimos. No Brasil, a ocupação no setor de serviços cresce 7,8% e chega ao recorde de 13,4 milhões de pessoas empregadas. O desempenho do setor repercutiu na recuperação dos principais indicadores macroeconômicos do País em 2021. O Produto Interno Bruto cresceu 5%, com destaque para o aumento de 3,7% no consumo das famílias, ante uma queda de 4,6% em 2020.

“O setor de serviços é muito ancorado no consumo das famílias e dependente do aquecimento econômico. Conforme apurado pelo IBGE nas Contas Nacionais, o setor de serviços cresceu 5,2% em 2021, após a queda de 3,7% em 2020. Esse resultado foi fortemente influenciado pelo setor de Transportes, armazenagem e correio (12,9%). A taxa de desemprego, segundo levantamento da PNAD Contínua, alcançou 11,1%, semelhante aos níveis de 2019. Isso mostra que a economia em 2021 já havia atingido os níveis pré-pandemia e os resultados do setor de serviços mostram uma situação semelhante de recuperação”, disse a gerente de análise Estrutural do IBGE, Synthia Santana, em texto divulgado pelo instituto.