Apesar do temor já estabelecido na cultura pop de que a inteligência artificial (IA) vai substituir carreiras humanas, o que já tem acontecido é o contrário: demandas específicas ligadas a esta tecnologia estão levando à criação de novas profissões especializadas. Um levantamento feito pela revista Exame apontou sete principais novas carreiras para este ano.
A principal delas é a de especialista em interação humano-IA com a finalidade de desenvolver interfaces de usuário que facilitem o uso da IA de forma intuitiva. Da mesma forma, tem sido demandados profissionais de segurança especializados em proteger esses sistemas de vulnerabilidades.
Outra carreira é a de engenheiro de dados, algo que já existe, porém focado em IA, preparado para lidar com grandes volumes de vetores e dados não estruturados para garantir o funcionamento dessas ferramentas. Há também a procura por profissionais de garantia de qualidade para acompanhar o desempenho dessas plataformas e seu funcionamento, com foco em resolver problemas e demandas menores em tempo real.
“A engenharia de prompts se tornou uma ferramenta para construir soluções rápidas a curto prazo porque essas plataformas”
Engenheiros para o uso de IA local, a partir de dispositivos e rodando com limitações assim como designers voltados para o processos organizacionais usando IA também estão entre os novos cargos cotados. Por fim, um que já está em bastante demanda é o de treinador de IA: uma pessoa responsável por aprimorar a IA “educando-a” para interpretar comandos e também por meio de machine learning.
O professor Anderson Soares, do Instituto de Informática da Universidade Federal de Goiás e do Centro de Excelência em Inteligência Artificial (Ceia), concorda com essa lista e aponta que essa mudança será veloz. “Baseado na nossa experiência com inovação e criação de produtos, essa lista está bem coerente com o que temos observado e de fato são habilidades que têm sido demandadas”, disse.
O Ceia hoje lida diretamente com mais de 70 empresas, tanto de pequeno como de grande porte, e segundo o docente, a demanda maior hoje é a de especialistas na interação humano-IA e de treinador de IA. “A engenharia de prompts se tornou uma ferramenta para construir soluções rápidas a curto prazo porque essas plataformas como o ChatGPT precisam de uma forma de como contextualizar a IA para produzir as respostas que você deseja, que não é algo tão trivial quanto parece”, explica.