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por Equipe do Observatório

Investimento estrangeiro aquece a economia goiana, gera emprego e amplia demanda por mão-de-obra qualificada

A indústria goiana cresceu 7,3% no primeiro trimestre de 2024 na comparação ao mesmo período do ano anterior, enquanto a média brasileira foi 2,8%, mantendo-se em um aumento acima da média desde 2022. O economista Renato Ribeiro avalia que essa progressão constante é fruto de investimentos no setor e na capacitação profissional.

“A seguridade econômica do nosso estado somado com a força do Agronegócio tem chamado muito a atenção de investidores externos. Esse fator contribui muito para amenizar o risco de investimento, se comparado com outros estados do Brasil”, afirma Ribeiro. “Outro fator que julgo muito atrativo é nossa logística, por estamos em uma região central do País, a possibilidade estratégica de vasão dos produtos acabados e a chegada de insumos é extremamente atrativa”, completa.

São atrativos assim que levaram, por exemplo, ao recém-anunciado plano que prevê o investimento de US$ 100 milhões no Brasil por parte de uma indústria chinesa. A multinacional em questão, a Weichai, emprega 100 mil pessoas no seu país de origem. Para Ribeiro, essa iniciativa “pode favorecer grandiosamente a criação de emprego e renda”.

“A seguridade econômica do nosso estado somado com a força do Agronegócio tem chamado muito a atenção de investidores externo”

As expectativas são de grande entrada de moeda estrangeira e da necessidade por trabalhadores. “Entendendo melhor sobre o assunto, nós podemos inclusive opinar que geralmente essa moeda entra em nosso estado em dólar, favorecendo o câmbio e favorecendo também o acúmulo de renda em determinadas regiões como por exemplo o Sul do estado e também o Sudoeste do estado. Consequentemente essas indústrias trarão uma necessidade de mão-de-obra não apenas para sua operacionalização, mas inicialmente para sua construção e para sua sede que fará com que haja um aquecimento da economia local”, prevê.

O economista avalia que o investimento gera um ciclo virtuoso: o aquecimento gera empregos de maneira indireta e aquece o mercado e o varejo local. Com ele e toda essa toda essa monetização dos municípios, podem surgir outros investimentos indiretos por parte da própria população, além de atrair a migração para a região, encorajando novas empresas de pequeno e micro porte, algo que Renato também avalia como positivo para a distribuição de renda entre a população.

“A prefeitura, pensando sobre isso, vai querer investir em infraestrutura e também em fatores socioeconômicos que vão possibilitar um melhor crescimento da população e com mais qualidade de vida”, aponta, propiciando menor taxa de desemprego e avanço tecnológico localmente.

Novas demandas
Com os investimentos da China e após a operacionalização dessas indústrias, haverá a necessidade de matéria-prima. “Essa matéria-prima pode vir da própria região ou pode ser comprada de regiões aleatórias que farão com que haja uma movimentação logística extremamente interessante e que haja também uma necessidade de mão-de-obra para todos os demais setores que cercam essa indústria, como por exemplo, indústria de peças, indústria alimentícia, hospedagem”, considera o economista.

O investimento do estado de Goiás em cursos técnicos e em qualificação profissional também são um fator importante, pois haverá a demanda por mão-de-obra especializada que consequentemente necessitará de aperfeiçoamento.