Um levantamento da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Goiânia revelou que 71% dos consumidores da capital planejam realizar compras para o Dia das Crianças. Considerando a capital e a Região Metropolitana, cerca de um milhão e meio de pessoas devem visitar o comércio em busca de presentes para os pequenos.
Entre os presentes, 43% dos entrevistados escolherão itens para os filhos, enquanto 31% optaram por comprar para os sobrinhos. A expectativa de tíquete médio para o Dia das Crianças de 2024 ultrapassa R$ 135 por produto, com cada consumidor comprando, em média, dois itens. Com base nesse valor, a projeção de movimentação econômica para a data é de mais de R$ 200 milhões, considerando a população de Goiânia e Região Metropolitana.
O pagamento à vista é a preferência mais mencionada pelos consumidores. Dentro deste grupo, 25% optam por dinheiro, Pix ou débito, enquanto 59% preferem o cartão de crédito à vista. Nas compras parceladas, o cartão de crédito é a principal forma de pagamento, com 92%, seguido pelo crediário, com 8%.
Os brinquedos são a preferência dos consumidores, citados por 63% dos entrevistados, seguidos por roupas e calçados, que somam 26% das intenções de compra. A maioria (57%) deve realizar suas compras presencialmente. Dentre esses, 48% preferem lojas de rua, 38% irão aos shoppings e 10% ainda não decidiram onde comprar. A sondagem também revela que 89% dos consumidores realizarão algum tipo de pesquisa de preço antes de concluir suas aquisições.
“Essa expectativa revela uma importante melhora no cenário econômico local, reforçado pela previsão de um tíquete alto, indicando que o poder de compra aumentou”
O preço se destaca como o principal fator que influencia a escolha do local de compra, mencionado por 71% dos entrevistados. A variedade de produtos é o segundo critério mais relevante, citado por 14%. Porém, 31% dos entrevistados alegaram que não farão compras por dificuldades financeiras.
Segundo o economista Diego Dias, “essa expectativa revela uma importante melhora no cenário econômico local, reforçado pela previsão de um tíquete alto, indicando que o poder de compra aumentou, impulsionado pelo crescimento no emprego e na renda. No entanto, a parcela de consumidores que não comprarão devido à falta de condições financeiras expõe uma desigualdade importante”, comenta.
Para Dias, isso demonstra que a recuperação econômica não atinge toda a população na mesma proporção. É interessante observar, ele aponta, que a maior parte dos consumidores vão comprar presentes, mas pagando à vista, como garantia de não dar um passo maior do que a perna. “A escolha por pagamentos à vista sinaliza uma maior cautela entre os consumidores, que estão evitando o acúmulo de dívidas”, explica.
Esse cenário aponta para uma dualidade na recuperação: o otimismo com o aquecimento do varejo e o crescimento no comércio são sinais positivos, mas a recuperação total ainda esbarra em algumas barreiras financeiras que afetam parte da população. “O comportamento de consumo no Dia das Crianças também serve como uma prévia para as próximas grandes datas comerciais, como Black Friday e Natal. Caso a economia continue em expansão e mais pessoas tenham acesso a emprego e renda, a expectativa é de um fim de ano mais próspero para o comércio de Goiás”, completa Dias.
Esse termômetro, ao seu ver, é importante, pois permite monitorar por meio do aquecimento do varejo informações relevantes para garantir que a retomada econômica pós-pandemia seja mais inclusiva e beneficie um número maior de pessoas, criando um ciclo econômico sustentável e equilibrado a longo prazo.