Segundo um levantamento feio pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Goiânia com base em dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), os bancos retêm 64,46% das dívidas dos inadimplentes na capital. O número de devedores aumentou 0,02% em setembro em relação ao mês anterior e de 0,94% a comparação anual em relação a setembro de 2022.
Em setembro deste ano, cada devedor goianiense tinha em média 2,171 dívidas em atraso, acima da média do Centro-Oeste, de 2,149, e nacional, de 2,095. O valor total médio da dívida de cada um é de R$ 4.843,15. A maior parte, cerca de 43,61%, devem até R$ 1 mil e 30,27% devem até R$ 500. O tempo médio de atraso é de 27 meses.
“A taxa de desemprego, também por conta da crise, se estabilizou num patamar alto, caindo nos últimos meses, mas com salários abaixo do custo de vida dos trabalhadores”
“O efeito da crise desencadeada a partir de 2015 ainda se faz presente. Além disso, tal efeito se acumulou às consequências econômicas da covid-19. Houve, nesse período, uma queda expressiva na renda ao mesmo tempo em que a taxa de inflação subia de forma temerária”, avalia o economista Everaldo Leite. “A taxa de desemprego, também por conta da crise, se estabilizou num patamar alto, caindo nos últimos meses, mas com salários abaixo do custo de vida dos trabalhadores”, completa.
O volume de dívidas dos negativados cresceu 7,36% no mês de setembro, em relação ao ano passado, abaixo da média do Centro-Oeste (10,25%) e nacional (12,71%). Segundo dados do Serasa divulgados na primeira semana de setembro, mais de 2,3 milhões de goianos estão inadimplentes e somam dívidas que chegam a R$ 12 bilhões, com média de R$ 5,1 mil para cada um.
Isso representa 42,56% da população adulta no Estado, abaixo da média nacional de 43,88%. Os números são referentes a agosto e fazem parte do Mapa da Inadimplência da Serasa. A maior parte das dívidas são referentes a bancos e cartões (32,04%). O número de brasileiros que não conseguem pagar suas contas voltou a subir em agosto, somando 71,74 milhões de inadimplentes.
“A saída para muitos foi o trabalho precarizado e exaustivo, que se remunera de modo variável. Esse cenário leva ao endividamento e, não raramente, à inadimplência. O aperto do orçamento familiar é tão significativo, que os trabalhadores deixam de pagar dívidas pequenas, de até mil reais”, explica o economista. Segundo ele, a situação ainda deve perdurar por um tempo “até que haja forte queda dos juros reais, incremento sustentável do consumo e crescimento na taxa líquida de investimentos”.