Com uma produção que avançou 17% em 2024 até agora, o setor de bicombustíveis está com o mercado de trabalho igualmente aquecido. Segundo o Instituto Mauro Borges (IMB), 3 mil pessoas foram empregadas com carteira assinada no setor entre janeiro e abril deste ano e a demanda continua alta.
Essa quantidade aponta um aumento de 5% no estoque médio de empregos entre janeiro e abril de 2024. Além disso, a área de biocombustíveis representa 9,5% de todo o estoque de emprego da indústria de transformação goiana neste período.
“Nós estamos começando a safra com a expectativa de preencher mais 5 mil vagas de emprego”, relata André Rocha, presidente da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg) e presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol e de Açúcar do Estado de Goiás (Sifaeg).
Rocha relata que o fenômeno é interessante por se concentrar principalmente no mercado de trabalho do interior do estado e em pontos diferentes. “Os investimentos maiores são na região do Sul e no Oeste, quando somados, mas temos investimentos expressivos na região sul do estado e no centro, gerando empregos nessas regiões”, aponta.
“Nós estamos começando a safra com a expectativa de preencher mais 5 mil vagas de emprego”
Para atender a demanda contínua por mão-de-obra, Rocha conta que o setor tem investido em treinamentos, principalmente por meio do Senai. “Nós já estamos com mais de 40% da safra em processamento e nós não conseguimos preencher 40% dos empregos que foram ofertados no início da safra”, conta.
Segundo rocha, esse bum vem do fato de que Goiás é um dos líderes na produção de matéria-prima e tem aumentado seus investimentos em transformação, na moagem de diversos grãos em usinas para a produção desses combustíveis, algo que nos dá destaque no cenário nacional.
“Goiás ainda é o segundo produtor no total de matéria-prima, porque nós somos o terceiro na cana, somos o terceiro na produção de etanol, somos o terceiro na produção de milho. Mas quando se soma tudo, nós só perdemos para o estado de São Paulo”, explica.
E os investimentos vão continuar, o que deve garantir que o mercado de trabalho continue aquecido. Entre o início de 2023 e o final de 2026, nós teremos cerca de R$ 20 bilhões em investimentos. “Estamos investindo na construção de fábricas de açúcar, para nos consolidarmos como terceiro produtor de açúcar, e também numa refinaria de açúcar”, promete Rocha.