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por Equipe do Observatório

Número de mulheres líderes de família cresce 10% em Goiás em 12 anos

O Censo 2022 revelou que nos últimos 12 anos a proporção de mulheres responsáveis por domicílios, isto é, líderes de família, avançou em todo o país. Goiás acompanhou esse crescimento registrando um aumento de 10%. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) define o chefe de família como a pessoa responsável pelo domicílio ou pela família em termos de representação perante a sociedade. Em geral, o chefe de família é o indivíduo que o próprio grupo familiar identifica como tal, podendo ser qualquer pessoa que seja reconhecida como responsável principal pelo domicílio, seja por questões econômicas, de liderança ou de tomada de decisões.

Nas pesquisas censitárias, essa identificação é feita pela própria família ao responder os questionários, e não há um critério rígido que obrigue a escolha com base em gênero, idade ou papel econômico. No Brasil de 2022 os responsáveis pela casa eram 50,9% eram homens (37 milhões) e 49,1%, mulheres (36 milhões). Houve uma mudança significativa em relação a 2010, quando 61,3% dos homens detinham esse papel contra 38,7% das mulheres.

Em Goiás, 36,7% das mulheres eram chefes de família em 2010, saltando para 46,7% em 2022, proporção inferior a 3 pontos percentuais em relação à média nacional. Para o economista Gustavo Tavares, esse dado indissociável do aumento da inclusão da mulher no mercado de trabalho, assumindo um papel maior na contribuição com a renda familiar total.

“Existe uma correlação grande entre o aumento do protagonismo da mulher no mercado de trabalho e o aumento dessa chefia dos lares protagonizados por mulheres, que está relacionado ao poder financeiro e à capacidade de lidar com as demandas do lar”

“Existe uma correlação grande entre o aumento do protagonismo da mulher no mercado de trabalho e o aumento dessa chefia dos lares protagonizados por mulheres, que está relacionado ao poder financeiro e à capacidade de lidar com as demandas do lar”, relaciona.

Ao ver do economista, é interessante que novas pesquisas possam avaliar, porém, se essa inclusão não trouxe consigo um acúmulo ainda maior de papéis por parte das mulheres. “Isso pode uma sobrecarga das mulheres que fazem uma jornada dupla e agora, chefiando a família do ponto de vista financeiro, ela vai ter que cumprir uma jornada tripla: trabalhar, cuidar dos filhos e também ser a principal provedora do lar”, pontua.

Outro fator que pode ter contribuído para esse aumento do protagonismo feminino, aponta Gustavo, são os programas sociais federais, como o Bolsa Família, e os estaduais, como o Mães de Goiás, que centralizam a transferência de renda para a mulher. “O princípio dessa ação é que a mãe é quem vai ser a responsável por dirigir esse benefício. É algo que empodera a mulher do ponto de vista do núcleo familiar: ela recebe o benefício na conta dela e ela decide como redistribui no orçamento familiar”, reflete.