As famílias brasileiras gastam cerca de um terço da renda apenas com alimentação. Sendo assim, a redução no preço dos alimentos contribuiu para o cenário de deflação de 0,08% em junho e ajudou o salários dos trabalhadores a render mais. Goiânia, inclusive, registrou a maior queda entre as capitais, segundo relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Foi a menor variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desde 2017. A deflação nacional em alimentos e bebidas foi de 0,66% chegando a 0,97% em Goiânia. O setor de transportes também deve uma ligeira redução de 0,41%. Ambos ajudaram no orçamento doméstico.
“Cenários positivos referentes à alimentação oferecem uma melhoria no poder de compra e melhor aproveitamento dos salários”
Essa redução no valor dos itens cotidianos tem se acumulado ao longo dos últimos 12 meses. Ainda segundo o IBGE, itens da cesta básica subiram 0,57% nesse período em oposição à alta de 29% nos 12 meses anteriores. “Isso acaba favorecendo a população, pois cenários positivos referentes à alimentação oferecem uma melhoria no poder de compra e melhor aproveitamento dos salários”, diz o economista André Braga.
Ele destaca o resultado favorável em Goiás e salienta que as reduções diminuem o impacto na renda, já que abarcam itens essenciais. Segundo o economista, existem algumas condições internas e externas que têm contribuído para esse cenário.
“Temos fatores internos que colaboram para um cenário positivo, que foi uma safra recorde e, em consequência disso, uma redução dos preços de algumas commodities e também fatores externos com alguns resultados inesperados em economias, como a dos Estados Unidos, que vieram abaixo do esperado do mercado e contribuíram para uma queda do dólar, com um atrativo maior por conta da taxa real de juros favoráveis para investimentos”, avalia Braga.