Goiás atingiu a marca histórica de trabalhadores com carteira assinada em 2024, alcançando 1.596.007 empregados. Além disso, foram gerados 77.335 novos postos de trabalho formais de janeiro a agosto de 2024 no Estado, na liderança do Centro-Oeste este ano. Para efeitos de comparação, Goiás criou 25.921 vagas a mais do que o 2º colocado (MT, com 51.414 empregos gerados), um aumento de 50,4% em relação a 2023.
O economista Luiz Ongaratto explica que existem alguns fatores que contribuem para favorecer este cenário. “Primeiro ainda são os reflexos da reforma trabalhista, que reduziu custos de contratação CLT. Por exemplo, os novos tipos de jornada tiveram uma regulamentação bastante positiva. Segundo ponto, inclusive em Goiás, é o próprio crescimento do setor de serviços, que vem dar um suporte muito grande para o crescimento do agronegócio. Com o crescimento do agronegócio, o que aconteceu: mais dinheiro movimentando a economia”, explica. Segundo o IBGE, o setor de serviços cresceu 6,7% em Goiás no segundo trimestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023.
O próprio agro, ele explica, agora é tecnológico, e por sua vez traz demandas para serviços de tecnologia, transporte, entre outros. Somado a isso, há o crescimento do setor de lazer: “Goiânia é uma cidade com uma característica forte do turismo de lazer, dos finais de semana, dos shows, dos grandes eventos que a gente tem. Esse próprio mercado também tem movimentado bastante a economia. A gente vê cada vez mais bares, restaurantes, alimentação fora de casa também crescendo, por uma questão de mais pessoas trabalhando fora”, apresenta.
“Tivemos um aumento da confiança do consumidor. Isso gera também mais atividade comercial, com a abertura de lojas que, percentualmente, gera mais empregos”
Outro fator, ainda, é a expansão dos microempreendedores, especialmente no setor de alimentação, o que foi fortalecido por plataformas digitais como o iFood, que pulverizou a capilaridade de novos negócios. “O consumidor está muito aberto à novidade, ao conforto, e os serviços vêm justamente para contemplar isso. Quanto mais dinheiro a gente tem circulando numa economia, mais serviços você tem”, resume.
Atrelado a esta expansão dos serviços, há também o crescimento do varejo, que cresceu pelo 8º mês consecutivo em agosto segundo o IBGE. “2023 foi um ano muito bom, tivemos um aumento da confiança do consumidor. Isso gera também mais atividade comercial, com a abertura de lojas que, percentualmente, gera mais empregos”, conta. Além disso, existe a expansão de polos comerciais, como a Região da 44. “Isso tem permitido com que as pequenas empresas tenham uma geração maior de emprego no comércio”, finaliza.