Goiás registrou no 1º trimestre de 2023, pela primeira vez em 11 anos, uma renda média superior à nacional,segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Rendimento Médio Habitual nacional foi de R$ 2.880 e em Goiás foi de R$ 2.898. O número representa uma estabilidade em relação ao final de 2022 e uma alta de 12,7% se comparado ao mesmo período de 2022, quando o valor registrado foi de R$ 2.572.
“Isso já vinha sendo refletido no 1º trimestre nos dados do consumo e de serviços. Isso fica mais claro na academia pelo impacto nos serviços, porque geralmente estão atrelados a parte da renda que não é consumida ou que está sobrando”, explica o economista mestre pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Pedro Ramos. “Quanto maior a renda média, maior a chance de que as famílias possam ter uma parte para gastar em outros bens e serviços”, conclui.
“Quanto maior a renda média, maior a chance de que as famílias possam ter uma parte para gastar em outros bens e serviços”
E os dados de fato mostram isso: o comércio varejista goiano cresceu 1,1% em março de 2023 e fechou o primeiro trimestre com alta de 1,2%. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), também do IBGE. Já os serviços cresceu 11,8% em Goiás no mês de março deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS).
Entre os setores se destacou o de turismo que encerrou o mês de março com um crescimento acumulado no ano de 10,8%. No comércio, houve um acréscimo de 9,3% no volume de vendas de veículos, motocicletas, partes e peças e de 32% em itens de informática, indicando que os goianos estão tendo mais para gastar.
Porém, conforme Ramos explica, isso não vale necessariamente para todos os goianos:”É difícil analisar renda média porque isso não quer dizer que a situação geral da população melhorou, porque considera todas as pessoas e talvez a renda só tenha aumentado na parte de cima da população, como por exemplo o setor agro, que está muito forte esse ano”.
Haverá um impacto no consumo no cenário estadual, mas para saber se isso é uma tendência mais definitiva, é preciso esperar para ver como será esse movimento no segundo e terceiro trimestre.