O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a taxa de desocupação até abril de 2023 segundo a PNAD Contínua e o rendimento domiciliar per capita e o Coeficiente de Desequilíbrio Regional de 2022. Em 2022, o rendimento nominal domiciliar per capita do Centro-Oeste era R$ 1.909, acima da média nacional (R$ 1.625), tendo o Coeficiente de Desequilíbrio Regional (CDR) igual a 1.
Os coeficientes são calculados com base nos rendimentos regionais em comparação com a média nacional. Para o cálculo são considerados os rendimentos de trabalho e de outras fontes. Os dados corroboram outras pesquisas divulgadas recentemente, como o aumento da renda média em Goiás, também acima da nacional, por volta de R$ 2.900 e o crescimento dos setores de comércio e serviços para o primeiro trimestre de 2023.
O Estado também tem registrado maior ocupação, com saldo positivo de 11.925 postos de trabalho formais com carteira assinada em abril de 2023 segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), órgão do Ministério do Trabalho e da Previdência.
“O trabalhador de alguma forma está ganhando um pouco mais na média pela sua força de trabalho”
A professora Alethéia Cruz, diretora de desenvolvimento e avaliação do Centro de Educação Trabalho e Tecnologia (CETT) da Universidade Federal de Goiás (UFG) salienta que os números não significam necessariamente crescimento. “Tanto o desemprego quanto o emprego tiveram desempenho ruim em relação ao trimestre anterior, mas comparado ao mesmo período do ano passado, houve aumento do número de empregados e redução de pessoas desligadas pelas empresas. Não podemos perder de vista o trimestre anterior, pois ele também é referência para a nova conjuntura política que foi estabelecida pós eleições”, aponta.
Segundo a PNAD Contínua, o número de desalentados, aqueles que não trabalham nem buscam trabalho, teve uma redução de 15,3%. Ao ver de Cruz, os dados mostram um cenário ainda em recuperação pós-covid, que ainda deve se estender por mais um ano. “Não afirmaria que estamos em crescimento. A política está instável ainda, os ânimos estão exaltados e isso reflete em tudo. Mas com certeza, os cenários estão sendo mais bem construídos e as políticas públicas que refletem emprego e renda estão sendo reestabelecidas. Isso refletirá na nossa economia em breve”, pondera.
A renda per capita apresentou um aumento de 3,4% para os trabalhadores com carteira assinada, cerca de R$ 90 e de 8,9% para os sem carteira assinada, cerca de R$ 160. “Se esse aumento considerar o efeito inflacionário, tivemos um pequeno crescimento. A renda seguiu um pouco melhor, eu diria. Ou seja, o trabalhador de alguma forma está ganhando um pouco mais na média pela sua força de trabalho”, avalia a docente.