Em 2022, 84,9% (8.134) das 9.586 empresas industriais com 100 ou mais pessoas ocupadas utilizaram pelo menos uma tecnologia digital avançada, aponta estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A computação em nuvem foi a mais declarada (73,6%), seguida por internet das coisas (48,6%), robótica (27,7%), análise de big data (23,4%), manufatura aditiva (19,2%) e inteligência artificial (16,9%).
A maioria das empresas investigadas (31,5%) fez uso de duas tecnologias e 27,7% utilizaram apenas uma. Somente 3,7% das empresas fizeram uso de todas as tecnologias investigadas. Análise de big data foi a principal necessidade apontada com uso localizado de (78,8%), seguida por computação em nuvem (71,2%), inteligência artificial (84,8%) e internet das coisas (76,7%).
“A grande questão é que apesar da complexidade, são produtos muito escaláveis com margens altas de retorno”
A tecnologia mais utilizada foi a computação em nuvem, adotada por 73,6% das empresas, enquanto a inteligência artificial foi a menos utilizada (16,9%). “Apesar de ser um anseio para muitos, construir produtos de tecnologia não é uma tarefa fácil. A grande questão é que apesar da complexidade, são produtos muito escaláveis com margens altas de retorno”, explica o professor Anderson Soares, diretor do Centro de Excelência em Inteligência Artificial da Universidade Federal de Goiás (Ceia/UFG).
A pesquisa também apontou que a principal barreira para o investimento em tecnologia são os altos custos (80,8%), seguida por falta de pessoal qualificado (54,6%). Além disso, o estudo revelou que grande parte das empresas (47,8%) adotaram teletrabalho em 2022, uma mudança adotada na pandemia e que acabou ficando. No setor administrativo, essa adoção salta para 94,5%.
“A nuvem é um degrau um pouco mais acessível da transformação digital, que é de digitalização, uma etapa básica, enquanto inteligência artificial já é um andar bastante alto na busca por soluções. Então é bastante natural esse número e mostra que as coisas estão acontecendo da forma como é necessário”, avalia Soares.