Ao se falar sobre a “indústria 4.0” e as rápidas mudanças no mercado de trabalho, o cenário do emprego e do próprio trabalhador está em franca mudança frente aos rápidos avanços tecnológicos e ao próprio dinamismo das economias globais.
Embora não seja possível generalizar, já que cada área e setor possui necessidades e demandas próprias, algumas características gerais podem ser traçadas quanto ao panorama que se avizinha.
“As empresas desejam pessoas qualificadas e competentes, mas nem todas estão dispostas a pagar o adequado por isso”
A valorização do trabalhador ou a interpretação dele como um ativo da empresa é uma dessas tendências, que visa manter e preservar as habilidades e competências pelo benefício da própria empresa. Estes trabalhadores precisam, portanto, de planos de carreira factíveis, perspectiva de melhora salarial e oportunidades de desenvolvimento pessoal. Há empresas que investem e financiam a qualificação continuada de seus trabalhadores.
“Neste sentido, existe o tipo de empresa que está procurando um profissional qualificado, mas com ambição de aprimoramento pessoal, pois entendem que isso gera potencial para a empresa – empresas mais consolidadas, de ramos mais sofisticados da indústria e dos serviços entram neste exemplo”, explica o economista Everton Rosa.
Outras empresas, por outro lado, não operam assim, ou não operam desta forma em todos os níveis de pessoal, preferindo aceitar e lidar com a rotatividade da mão-de-obra, priorizando o baixo custo dentro de uma qualificação existente. Nestes casos, não existem benefícios ou promoções. Segundo Rosa, “as empresas desejam pessoas qualificadas e competentes, mas nem todas estão dispostas a pagar o adequado por isso, recorrendo a expedientes de subcontratação, ‘pejotização’, informalidade”.