Segundo um estudo feito pela PwC, a demanda por vagas com conhecimento de inteligência artificial (IA) quadruplicou no Brasil ao longo de três anos, um crescimento aproximado de 284%. O número de vagas de emprego envolvendo IA saltou de 19 mil em 2021 para 73 mil em 2024. Além disso, os salários para essas vagas cresceram duas vezes mais rápido que as demais áreas.
E há uma razão evidente: produtividade. Os setores mais adeptos à essa tecnologia registram um aumento três vezes maior na receita por funcionário. O estudo classificou estes trabalhos em duas grandes áreas: automatização, que é quando a IA executa certas tarefas, e trabalhos aumentados, que é quando o desempenho é aprimorado ou assistido de alguma forma pela tecnologia.
No Brasil, o setor que mais adotou a IA foi o agro, com um aumento de 600% nos trabalhos aumentados, e com expansão de 400% em automatização. O professor Sávio Teles, do Instituto de Informática da Universidade Federal de Goiás (UFG), avalia que esse crescimento se justifica em parte pelo amadurecimento da própria tecnologia, que se tornou melhor e mais acessível no período de tempo avaliado.
“A IA não é mais aquele negócio que era uma coisa futurística, né, ela tá mais acessível, mais popularizada, então hoje todo mundo tem acesso, por exemplo, ao Chat GPT, e tá todo mundo vendo que tá tendo um potencial muito grande de aumentar a produtividade, então as próprias empresas estão focando em treinamento para ter um aumento da eficiência dos funcionários em várias áreas”, avalia.
“A IA não é mais aquele negócio que era uma coisa futurística, né, ela tá mais acessível, mais popularizada, então hoje todo mundo tem acesso”
No caso do agro, ele aponta o uso já disseminado da tecnologia de IA para identificação de pragas, por exemplo, mas há avanços em diversas áreas, inclusive na própria informática. “Por exemplo, na área de desenvolvimento de software, muita gente usa a própria IA pra desenvolver o programa”, comenta.
Além disso, os próprios funcionários de áreas diversas têm procurado se informar sobre essas ferramentas. “Então tem sido realmente algo que os próprios trabalhadores têm procurado para se adaptar”, explica. “Temos hoje já disponíveis diversos cursos para usar essas ferramentas e o trabalhador tem procurado aprender o que ele pode usar para melhorar suas funções no dia a dia. As pessoas precisam usar essas ferramentas para entender seu potencial, não apenas sobre como usar, mas quais os seus riscos”, completa.