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por Equipe do Observatório

Varejo digital começa a abrir portas para parcelamento sem juros e sem cartão de crédito

Algumas plataformas de comércio digital começaram a aceitar uma nova modalidade de pagamento parcelado que não utiliza o cartão de crédito e que não cobra juros, chamada Pagaleve, operações do tipo “buy now, pay later” (BNPL). O principal objetivo é atender clientes que não possuem conta corrente ou que não possuem cartão.

A expectativa é que a nova modalidade movimente até US$ 437 bilhões até 2027 segundo a consultoria Juniper Research. A modalidade já está presente em cerca de 2.500 lojas digitais brasileiras por meio da Pagaleve, que oferece o formato BNPL utilizando o Pix. Segundo o estudo de pagamentos Gmattos (gráfico), a aceitação do método cresceu 27% no Brasil até o início deste ano.

“Isso ajuda a pessoa a não perder o controle das suas contas e ao mesmo tempo ter mais um meio de pagamento disponível”

O economista Pedro Ramos espera que a ferramenta vá crescer por atender uma grande parcela da população e que traz ao mesmo tempo dois benefícios: “Isso ajuda a pessoa a não perder o controle das suas contas e ao mesmo tempo ter mais um meio de pagamento disponível”.

Segundo Ramos, o formato pode ajudar famíliares a evitarem o endividamento por acúmulo: “A maior parte dos endividamentos de pessoa física acaba sendo por causa do acúmulo de parcelas de diversos parcelamentos a longo prazo. Quando você divide em no máximo quatro, isso facilita com que as pessoas consigam pagar esse parcelamento sem a exigência do crédito”, esclarece.

Desta forma, o trabalhador pode ter um maior controle financeiro ao mesmo tempo em que não perde seu poder de consumo, ou até o aumenta. “Esse meio de pagar com Pix parcelado entra muito forte agora e que atende o público que não possui cartão de crédito e para aquelas possuem cartão, mas com um limite muito baixo. Com esse meio, essas pessoas podem ultrapassar o limite do cartão de crédito sem usar o cartão de crédito”, explica Ramos.

Assim, o consumidor pode fazer compromissos mais curtos, sem se expor aos riscos dos juros do cartão de crédito, e podendo ter acesso a variados bens de consumo, como roupas, calçados e eletônicos.