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por Equipe do Observatório

Moeda digital Drex pode desburocratizar e baratear transações cotidianas

O Banco Central anunciou que a moeda digital do real se chamará Drex e deverá chegar para o público no final de 2024. A plataforma está em fase de testes desde março e deve realizar as primeiras operações simuladas em setembro. Segundo o BC, o o real digital tem por objetivo ampliar as possibilidades de negócios, estimular a inclusão financeira e minimizar as possibilidades de fraudes e golpes.

Para fazer as operações, o consumidor terá que converter o real em Drex e receber em Drex da mesma forma. Cada real equivale a um Drex. A tecnologia utiliza blockchain, a mesma utilizada em criptomoedas, para prevenir ataques cibernéticos, baseada em criptografia de dados.

“O propósito dela é facilitar a intermediação de transações e abaixar o custo”

Mas é bom o consumidor se atentar: o Drex não é uma criptomoeda. A principal diferença é que seu valor não oscila livremente conforme a demanda, estando atrelado ao real. Então não é possível que um Drex ganhe um perca valor acima ou abaixo do real. Outra diferença é que o Drex não pode ser “minerado” como as criptomoedas: tal como o papel moeda, ele será produzido pelo BC.

Quanto à sua aplicabilidade, o Drex será usado para todo tipo de transação de forma online e instantânea, de um jeito muito parecido com o Pix. A diferença está em alguns detalhes: o Pix usa o real e, por segurança, possui alguns limites, inclusive de valores. O Drex utilizará a tecnologia blockchain e permitirá somas mais expressivas tanto entre pessoas físicas quanto entre empresas.

Para a população, a principal utilidade será a contratos inteligentes que permitirão negociações mais ágeis, baratas e seguras, sem a necessidade de burocracia e intermediários como cartórios e despachantes.

Edifício-Sede do Banco Central em Brasília

“O propósito dela é facilitar a intermediação de transações e abaixar o custo. Vamos supor que eu preciso vender um carro e encontrei um comprador, mas ele não me conhece e não tem confiança se eu vou entregar o veículo. o Drex vai estabelecer essa confiança: a partir do momento que estou vendendo esse carro e não sei se o comprador vai pagar, o Drex vai gerar um contrato que será assinado pelas duas partes e irá gerar um token que permitirá o banco bloquear e liberar o valor mediante a assinatura das partes”, explica o economista Diego Dias. Todo o processo passa a ser feito de forma automática, instantânea e segura, minimizando o risco de golpes: “não será necessário procurar um cartório, um advogado, pra que assegure o valor e a receber e o valor do bem”, completa.